A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais pode beneficiar cerca de 30 milhões de brasileiros, segundo a Unafisco Nacional, entidade que representa os Auditores Fiscais da Receita Federal. Na avaliação de economistas, a medida é bem-vinda do ponto de vista social e econômico, mas a sustentabilidade dela vai depender de como o governo conseguirá equilibrar as contas sem comprometer outros pilares importantes da economia.
A medida foi anunciada durante pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nessa quarta-feira (27). Ele não informou, no entanto, quando a nova faixa de isenção vai entrar em vigor.
Segundo o professor doutor de economia Hugo Garbe, “a mudança permitirá que uma parcela maior da população tenha mais dinheiro disponível no fim do mês, algo que pode fazer diferença no orçamento de famílias que enfrentam desafios com o custo de vida elevado".
Ele explica que, do ponto de vista econômico, essa medida beneficia principalmente os trabalhadores de classe média e baixa, que geralmente destinam uma maior parte da renda ao consumo.
“Isso pode estimular a atividade econômica, aumentando a demanda por bens e serviços, o que, por sua vez, tem o potencial de gerar empregos e movimentar setores importantes da economia", analisa.
Atualmente, estão isentos do Imposto de Renda quem ganha até R$ 2.259,20. Contribuintes que recebem acima do limite até dois salários mínimos, o equivalente a R$ 2.824, devem optar pelo desconto simplificado de R$ 564,80 para terem o benefício.
A economista Olivia Carneiro avalia que a medida é positiva para a população pois pode permitir mais dignidade e qualidade de vida.
“Isso vai liberar para essa parcela da população uma renda que iria para pagar imposto. Na verdade, vai meio que sobrar na conta dessas pessoas para elas consumirem. Isso é positivo tanto para a dignidade e qualidade de vida, quanto para a economia, porque as pessoas consumindo mais tende a impulsionar e a gente tem um giro maior da economia", frisa.
“Esse giro maior da economia tende a aumentar arrecadação via outros tributos, como ICMS e impostos sobre consumo. Então, matematicamente, essa medida tem uma saída positiva, ela faz sentido", completa.