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Modulator seletivo de receptor de androgênio - ou simplesmente "SARM", da sigla em inglês - é um produto criado por indústrias na década de 1990 com o objetivo de "imitar" a testosterona, porém apenas com ação na parte muscular. A ideia era aumentar a massa magra sem gerar efeito colateral. 

 

Essas substâncias foram vendidas livremente durante bom tempo, porém, no dia 22 de janeiro de 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização desse tipo de composto. A portaria foi publicada em 23 de fevereiro no Diário Oficial da União. 

 

"Viu-se que as substâncias não tinham efeito somente no músculo, mas também efeito sistêmico, no fígado, aumentando colesterol. E até na medula, podendo levar à trombose. O produto, com o tempo, inibe a produção própria de testosterona do ser humano, e provoca dependência. Além de ter associação com alguns tipos de câncer", explica a endocrinologista Jessy Gomes.

 

Entretanto, alguns sites e locais permanecem oferecendo esses produtos, o que representa um perigo para os consumidores.  

 

Segundo ela, essa substâncias já eram proibidas para atletas profissionais de alto rendimento. Porém, atletas amadores, principalmente de fisiculturismo e academia, são os que mais buscam esse tipo de esteroide anabolizante. "No caso das mulheres, é ainda pior, porque pode gerar queda de cabelo, aumento de clitóris...".

 

Os principais produtos, antes adquiridos em mercados, sites e lojas de suplementos, são o "ligandrol" e o "ostarini", segundo a especialista, mas existiam ainda outros menos conhecidos. "Outro perigo de comprar isso é que você pode estar comprando, numa mesma cápsula, uma coisa adulterada, com substâncias que podem provocar danos", explica Gomes. Além disso, o desempenho sexual pode ter melhora significativa no começo, porém aos poucos a pessoa vai perdendo a libido. 

 

TRATAMENTO 

Inicalmente, é preciso entender que a dependência dessas substâncias pode vir de duas formas: psicológica ou orgânica. Esta última ocorre quando o usuário deixa de produzir testosterona. A indicação, neste caso, é procurar um especialista imediatamente para tentar reverter a situação e diminuir riscos e complicações. Muitas vezes, pode ser irreversível.

 

"Tem como a gente acolher. A primeira coisa é que não queremos taxar, nem julgar, como especialista médico. Temos obrigação de atender e tratar de maneira que ele abandone o uso e que alivie os sintomas", lembra a doutora Jessy.

 

Uma das "vantagens" da criação dessa substância, de acordo com a especialista, é que ela é feita em forma de comprimido. "A testosterona, normalmente, é injetável. Ainda tinha um risco de haver compartilhamento de agulha, ou seringa. Então o surgimento dessas substâncias em comprimido foi a 'melhor coisa' para essas pessoas. Oral, duas vezes ao dia, o usuário vai aumentando, vai vendo benefício e cria a bola de neve", lamenta. 

Fonte:Bahia Notícias
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